PSICOLOGIA ESPORTIVA INFANTIL !

18/05/2012 11:18

 

Psicologia Esportiva infantil

 

 

 

 

A postura dos pais, no momento da escolha dos exercícios físicos ou de uma modalidade esportiva específica para seus filhos, é de fundamental importância e determinante de uma série de fatores que permitem tornar a atividade física das crianças cada vez mais prazerosa. Sobretudo nos dias de hoje, em que elas têm a agenda cheia de compromissos e são cobradas diuturnamente por professores e pais.

 

 

Possibilitar a elas a livre escolha no momento de optar por este ou aquele esporte é a atitude mais aconselhada. Mola propulsora no exercício da liberdade e da sociabilidade, a atividade física deve ser compatível com o desejo de cada criança, e não com o desejo dos pais. Apenas a título de exemplo, vale lembrar aqui a postura de alguns pais que tudo fazem para que seus filhos pratiquem futebol porque eles, pais, são apaixonados por esse esporte. Se a criança preferir jogar tênis, o conflito se instala. Há também casos em que os pais se destacaram em alguma modalidade esportiva e pressionam os filhos para seguirem seus passos. Caso isso não seja compatível com o desejo legítimo das crianças, teremos problemas à vista. Projetar ideais e sonhos não realizados dando aos filhos a obrigação de concretizá-los geralmente resulta em graves problemas, de ambos os lados.

Em todos esses casos, a conseqüência mais imediata costuma ser um afastamento – por parte da criança – da atividade esportiva. Se forçada, ela poderá apresentar um quadro agressivo ou depressivo. Diferentemente dos adultos, a criança tem expectativas e necessidades distintas a respeito do esporte.
Nós, adultos (psicólogos, educadores ou não), temos que assumir a responsabilidade e ficar atentos para respeitar a individualidade infantil. Ela existe, sim. E é básico sabermos disso e tratá-la adequadamente.

Pais+ filhos+ esportes pode ser uma receita de saúde e felicidade, quando os ingredientes são bem dosados

Relatos de crianças em estudos específicos a esse respeito identificaram os principais motivos para elas se envolverem nos programas esportivos: ter alegria, aperfeiçoar suas habilidades, estar com amigos e conseguir novas amizades, sentir emoções e adquirir forma física. Nada mais legítimo e louvável. Mas quando este alvo não é atingido, o resultado pode ser o afastamento das práticas físicas e desportivas, acarretando com isso o desenvolvimento, inclusive, de patologias físicas decorrentes deste abandono precoce.

Para garantir escolhas adequadas, incluindo aí a modalidade esportiva indicada para cada criança, existem profissionais da área psicológica credenciados e aptos a encaminhar pais e filhos da forma correta. Não é porque os meninos são irmãos que devem formar uma dupla de tênis; não é porque a mãe gostaria de ser campeã de ginástica olímpica que a filha terá que concretizar o sonho materno. Pode ser que essa filha, especificamente falando, tenha uma personalidade que determine sua escolha para esportes de grupo (como vôlei, por exemplo) e que ela não sinta prazer em se exercitar de forma solitária. O quê dizer então da tortura que deve significar para uma criança ser obrigada a praticar natação quando seu sonho é o alpinismo? Sob esse tipo de pressão e de stress é comum surgirem alterações de peso, de humor, de sono, do comportamento em geral.

 

 

Dentro deste processo, ou mesmo para preveni-lo, há necessidade de se contar com um programa de assessoramento para os pais com o objetivo de orientar sua atuação de forma integrada com os treinadores e responsáveis pela prática física da criança. Este verdadeiro “triângulo esportivo” (pais, treinadores/professores e crianças), é uma referência obrigatória na hora de oferecer propostas de intervenção na iniciação esportiva, especialmente no tipo de relação e comunicação entre estes três integrantes do processo.

Ainda dentro do assessoramento aos treinadores sobre como manejar a interferência dos pais, os problemas surgem tanto nos objetivos e metas de treinamentos, não só na forma de atingi-los, mas em modificar hábitos e condutas enraizadas no âmbito esportivo e nas relações pais/filhos.

No entanto, há de se ter muito cuidado quando as crianças apresentam auto-estima baixa, tendendo a sofrer autopunição em situações de baixos rendimentos. Pais, diretores e treinadores põem muita pressão sobre a criança para conseguir vitórias a qualquer preço. Suas mensagens verbais e não-verbais durante as competições são incrivelmente fortes, podendo alterar, de forma significativa, o desempenho do jovem atleta.

O treinamento psicológico esportivo infantil deve ser dirigido a pais, dirigentes, treinadores, para que reduzam os níveis de exigência quanto ao rendimento da criança. Os treinadores devem participar, para que melhorem sua comunicação com a criança, especialmente durante as competições, procurando ampliar os estímulos positivos e diminuir os negativos. A participação da criança, durante o treinamento psicológico, é de extrema relevância, para que ela tenha um melhor controle de suas emoções e aprenda a utilizar, de forma adequada, seu potencial psicofísico.

Aplicar estratégias da Psicologia do Esporte é vital em ambientes de esportes infanto-juvenis, pois neste período de desenvolvimento, as crianças vivenciam pontos críticos de seus ciclos de aprendizagem, comunicação e afetividade. A liderança adulta qualificada é, em boa parte dos casos, indispensável para assegurar uma experiência benéfica. Além disso, a boa experiência esportiva no período da infância e adolescência traz importantes efeitos para a personalidade, para o físico e para o desenvolvimento psicológico das crianças. Então, por que não lançar mão das armas que estão ao nosso alcance e garantir mais alegria, saúde e prazer aos nossos filhos? Se os pais se preocupam em levá-los periodicamente ao pediatra, ao dentista e, diante de qualquer sintoma de dor, levam as crianças a um profissional especializado, é também aconselhável (até mesmo como prática preventiva) leva-las também a profissionais da área “psi” antes de decidir o tipo de esporte ou modalidade esportiva que elas deverão praticar. E, como complementação, adotar a prática da manutenção através de um acompanhamento periódico, mais ou menos intenso segundo o critério do profissional.

10 Dicas para os pais:

  1. Amplie o horizonte esportivo de seu filho.
  2. Permaneça na área dos espectadores durante os jogos.
  3. Não aconselhe o técnico sobre como atuar.
  4. Não faça comentários depreciativos para técnicos, árbitros ou pais de atletas de ambos os times.
  5. Não tente treinar seu filho durante a competição.
  6. Controle suas emoções para não prejudicar a performance esportiva de seu filho.
  7. Mostre entusiasmo, interesse e apoio para seu filho.
  8. Cuidado com as críticas e comportamentos após uma derrota ou má atuação da criança.
  9. Estimule a prática esportiva desde cedo, ensinando sobre seus benefícios.
  10. Não crie climas de rivalidade. Eles podem surtir efeitos danosos na concepção esportiva da criança.